sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

Coração na Boca


Tenho reparado -- o que não deve ser muita novidade para quem enfrenta problemas com o peso excessivo -- que freqüentemente "como" as minhas emoções: nas tensões e no estresse, nas angústias, ou mesmo no tédio e nos sentimentos de frustração e impotência, eu me pego beliscando ou comendo a mais nas refeições, como se a comida fosse uma chupeta emocional. Mas não é. A dor ou a preocupação continuam lá, inteirinhas. E em vez de um problema, fico com, pelo menos, dois. Agora tenho procurado estar mais atenta para o que é fome fisiológica e fome-ansiedade (porque esta última pesa mais ainda na balança).

A idéia de estarmos juntas aqui, eu e a Gi e quem mais ler, se deve também ao fato de que dividindo, verbalizando, compartilhando impressões, damos apoio uma à outra e ao mesmo tempo ficamos mais atentas para o processo todo. Como interromper esse aparentemente interminável estica-encolhe que tem sido nossas vidas? Quem chega ao ponto de precisar emagrecer toda essa quantidade de quilos não chegou aqui de graça. Tem sido um loooongo percurso de experimentar todas as dietas, todos as fórmulas mágicas, todos os tratamentos (também adorei acupuntura, Gi! rs). Mas esquecemos que emagrecer é muito mais que apenas fechar a boca, porque emagrecer, todas já emagrecemos. Muitas vezes. O problema tem sido manter o emagrecimento. É que o emagrecimento passa por muitas outras vias (emocionais, principalmente), que não têm a ver com simplesmente comer. E a gente elimina o sintoma mas não trata da causa. Resultado: volta tudo. E isso é um veneno para a auto-estima. Ficamos nos sentindo incapazes, sem força de vontade, envergonhadas e sem confiança nas próprias forças.

Estou tentando reverter esse processo e quando chega a dor ou a ansiedade, botar a boca no mundo e, não, o mundo na boca...

Li





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